sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O que é ser Ondina?




















Bem, estando em casa sem nada para fazer (é mentira que tenho muito que estudar), decidi fazer uma pequena pausa para deixar umas impressões, um tanto ou quanto pessoais.

E o tema que me surge é: O que é ser Ondina!

Quando falo com os meus amigos e digo que sou Ondina, surgem questões interessantes (ou não), do género: "Qué isso?"," "Tão mas isso é o quê?", "Ondina? Tenho uma tia chamada Ondina!"... Sim já as ouvi todas!

Por isso, queria esclarecer todas as pessoas que não sabem o que é ser Ondina.
A Ondina é a caloira das Mondeguinas, que após aprovação, tem o direito de subir a palco, fazendo-se acompanhar do seu instrumento e voz, em perfeitas condições! Difere dá Sílfide apenas nisto!

Mas para mim, ser Ondina tem algo mais de especial.
Fazer parte de uma tuna em Coimbra, sempre foi algo que eu desejei muito! E posso dizer que uma fantástica Sereia que conheço já à muitos anos, a Flávia, me disse um dia: "Tu vais é para as Mondeguinas!". E eu vim!
Feliz e contente, estando eu no 2º ano em Coimbra, tomei coragem e fui cantar uma música dos Deolinda, muito nervosa, diga-se! E entrei! Ao fim do primeiro ensaio senti o calor destas mulheres que me acolheram no seu grupo, dando-me a conhecer imensas amizades novas, experiências únicas, oportunidades fantásticas! Acima de tudo, recordações para a vida!
E aos poucos e poucos, fui crescendo nas Mondeguinas, sempre com a minha flautita sopranino junto de mim, e entre sorrisos, lágrimas, loucuras, momentos de seriedade, descobri que foi a melhor coisa que podia ter feito!
E sim, agora sou Orgulhosamente Ondina!
Sim, continuo a carregar instrumentos, e a ir buscar finos, e a ser praxada... sim, e depois?
Porque apesar disso, integro a Associação Cultural sem fins lucrativos, Mondeguinas!
E por fazer parte desta, tenho imensas amigas com alcunhas estranhas, que como a Calcutá disse, só descobrimos os nomes delas quando as adicionamos no facebook!
Sei que sou mais um pedacinho na História desta tuna, que conta já com 17 anos de existência e é assim que gosto de ver a minha passagem por lá!
Por isso, após partilhar um bocadinho de mim, esta semana quero deixar aqui um desafio a todas as Mondeguinas, Ondinas e Sereias!

O que foi para vós ser Ondinas?

Beijinhos e muitos malmequeres! Rat(inh)o! **




14 comentários:

Tisha disse...

Gostei mt de ler, Rato!! :) Sou uma MÃE babada ;)

Beijinho :)*

Mariline de Castro Alves disse...

Bem, depois de ler isto dá mesmo vontade de deixar testemunho...

As Mondeguinas fazem parte da minha vida já há algum tempo... Quando entrei as coisas eram um bocadinho diferentes e noto uma evolução desde essa época, uma evolução que nos fez crescer num sentido e se calhar fez-nos perder algumas coisas noutro mas encaro como a evolução natural das coisas...

Quando fui Ondina estávamos a passar uma fase menos boa, foi um ano complicado, onde não houve muita gente a entrar e, sem "sangue novo" às vezes perde-se um bocadinho da motivação :(

Como Ondina percebia que algo de errado se passava mas era apenas Ondina e assuntos internos sempre foram assuntos internos (as Mondeguinas não partilham com as caloiras).

Ansiava ser Mondeguina, para ajudar, para mudar as coisas mas mesmo como Ondina fiz o meu melhor e dentro das minhas possibilidades ia dando a minha opinião!!

Ser Ondina é lindo!!! Assim como ser Sílfide... cada fase tem a sua magia associada, o descobrir de novas aventuras :)

Um beijinho muito grande a todas!!! A este de grupo de mulheres absolutamente lutadoras e fieis aos seus ideais... que lutam por um lugar, por um reconhecimento merecido, por uma academia unida :)

Orgulhem-se meninas porque pertencemos à história, porque, de facto, ser Mondeguina (em qualquer grau hierárquico) é verdadeiramente um ORGULHO!!!!

*Mary*

Tisha disse...

Depois do esclarecimento da Mary, penso que falta um outro, o referente à mitologia. Deste modo, cá vai:

"Ondina é um espírito da natureza que vive em rios, lagos e mares. São elementos da água. É uma espécie de sereia ou tágide, um génio do amor, uma figura da imaginação poética."

Neste âmbito, é um orgulho ser Ondina, pois ela consegue ser "uma espécie" de Sereia (embora não o seja :p ihihih) e um "génio do amor" (gostei!!!) :) Resumindo, e em verdadeiro calão, as Ondinas "nem são carne nem são peixe", ou seja, andam a tentar encontrar-se, o que faz todo o sentido. O estatuto de Ondina serve para ter realmente a certeza que se quer ser Mondeguina!! =D

Espero ter elucidado mentes confusas!! ;)

Beijishas**
(de umas das VERDADEIRAS Sereias ahahahahah)

P.S.: Rato, no que depender de mim, nunca a pasta de dentes será tua inimiga!!! ;)

Calcutá disse...

Como a mais nova, vivi um pouco do espírito académico através da minha irmã. Foi ela que me mostrou o que era uma tuna e foi ela que sempre me disse que um dia chegaria a minha vez de estar ali. Esta "sede" cresceu dentro de mim...

Quando entrei em Coimbra foi das primeiras coisas que quis fazer! A referência das Mondeguinas já vinha de casa e o que retardou a minha entrada foi o receio de não conseguir (pintam-nos como muito exigentes!). No fim do primeiro ano, ganhei coragem e fui assistir a um ensaio. Não quis ver mais nada. Era ali que queria estar! Fiz a audição (baixo, guitarra) e com muito orgulho fui aos ensaios religiosamente. Eram o momento alto das minhas semanas difíceis.

Infelizmente, a minha entrada tardia não me possibilitou passar a Ondina no mesmo ano. Mas nunca desisti, apesar de todas as inseguranças. Fiz Erasmus logo a seguir mas levei tudo no coração: as músicas, os malmequeres e especialmente as pessoas. Cheguei com um espírito novo e decidida a aprender tudo e a recuperar o tempo perdido. Conheci novas pessoas com quem partilhei o nervosismo de estar perante as Mondeguinas e ser avaliada, mas felizmente consegui mostrar a minha dedicação.

Passar foi mágico. Os nervos não me deixaram tocar ou cantar afinada (vocês são mázinhas, meninas!) mas dei o que pude. Tenho orgulho de poder subir a palco com todas vós e de dar seguimento a este grupo. Gosto que não sejamos a típica tuna. Gosto da nossa originalidade e do malmequer e de sermos um TODO. Gosto muito de vocês.

Desejo tornar-me Mondeguina e poder deixar uma marca, a minha marca.
A todas vocês que tornaram isto possível para mim, um muito obrigada. Um novo desafio começa para mim este ano e espero poder levá-lo para a frente com toda a força. Quero tornar "isto" possível para muitas mais pessoas.

Um beijinho a todas.

Fanico disse...

Ao contrário da maior parte de vós, quando iniciei a minha vida académica, pouco sabia do mundo do mundo académico, e ainda menos sobre tunas. Nunca teria imaginado que um ano depois seria caloira das Mondeguinas, uma Sílfide.

Portanto, como é que lá fui parar? Bastou um ensaio! O tempo foi passando e quando passei a Ondina, não poderia ter ficado mais contente.

Ser Ondina representa, para mim muito especialmente, uma evolução. Não por causa do nível hierárquico, porque sou hoje mais completa pelas pessoas e vivências que dela fizeram parte. Ser Ondina é a realização de um sonho que nem sabia ser possível!

Um grande beijinho a todas!!!

Clara Vieira disse...

Não poderei partilhar convosco os sentimentos de quem passou por essas etapas todas até chegar a Mondeguina, mas conheço as vossas angústias e as vossas alegrias porque convivo com esses sentimentos há 17 anos. Retratei-os num poema que virou canção, num "Murmúrio"... cantei-os e canto-os ainda hoje bem alto (não sei cantar nem falar baixo...) em qualquer melodia por nós entoada.
Vejo de longe, mas estou sempre por perto... ou pelo menos, tento. Regozijo com as vossas alegrias e vitórias, sofro com os vossos desaires e momentos menos bons. Tenho um carinho imenso, mesmo que às vezes não pareça porque, meia-volta e vira, lá estou eu a contestar... rejuvenesço quando estou perto de vós, fico com borboletas no estômago quando vos vejo em palco e sinto saudades... imensas saudades. Sempre.
A vossa Sereia

Patrícia Ferraz de Matos disse...

Olá a todas,
Como Sereia fundadora, tal a Clara, não posso relatar a minha experiência do que foi ser Ondina. Mas, no fundo, acho que também nós passámos por essas fases anteriores ao que é ser Mondeguina. Cada conquista - ter um espaço para ensaiar, ter mais instrumentos, ter um nome registado - representou cada uma dessas fases de evolução. Lembro-me que a primeira vez que fomos tocar às escadas de S. Tiago, o grupo não tinha ainda nome. Se calhar, foi nesse mesmo dia que deixámos de ser Ondinas e passámos a ser Mondeguinas, quando o pai de uma de nós sugeriu o nome. Provavelmente, também nós, fundadoras, fomos Ondinas, sem o saber conscientemente, nesse dia. São estes momentos, estas passagens, estes rituais, que nos tornam diferentes do que éramos anteriormente. Todas as fases são boas e o que faz de nós seres diferentes são as experiências que nos vão enriquecendo e nos tornam mais fortes. Bjs, P

Meugnin disse...

"porque gosto de demasiadas coisas e fico completamente desorientado e obcecado a correr de uma estrela cadente para outra até cair"
ser Ondina é um nome que me dão em troca de onde cheguei; assim como a beleza é um nome que dou às coisas em troca do agrado que me dão; já dizia o Caeiro.
Sabe bem, não vou dizer que não. :)
Sabe melhor ser Sílfide que não ser nada, Ondina que ser Sílfide, Mondeguina que Ondina. Sereias...
O que eu gosto mesmo é de carregar o bandolim e fazê-lo gemer; o que eu gosto é de despregar o espírito do meu corpo e fazê-lo voar enquanto toco; convosco.
Não consigo ser séria nestas coisas. Desculpem lá se a minha postura às vezes é volátil de mais, mas o Mundo já pesa que chegue fora das Mondeguinas, por vezes chega a esmagar-nos os ombros e a fazer do resto da existência um mero tapete puído e baço.
A vida é sempre séria de mais para um sonhador que ousa plainar mais alto ou que simplesmente ousa plainar de uma maneira diferente.

Um obrigada a todas e um em especial para a Clara. Respeito-te imenso (não gosto da palavra imenso, mas não arranjei uma MAIOR) e quando eu chegar a ser mais do que um projecto de alguma coisa, espero ter nem que seja metade da tua vertigem, coragem, ímpeto, garra e brio.
"curvamo-nos avançando para a próxima louca aventura debaixo do céu".

Vivam tudo intensamente e sejam; ser já dá muito "trabalho".

Um abraço, um beijinho e uma lambada ternurenta com a minha capa toda badalhoca.

Peixe

Calcutá disse...

"Não consigo ser séria nestas coisas. Desculpem lá se a minha postura às vezes é volátil de mais, mas o Mundo já pesa que chegue fora das Mondeguinas, por vezes chega a esmagar-nos os ombros e a fazer do resto da existência um mero tapete puído e baço."

Faço das minhas as tuas palavras peixona! Todo o teu depoimento, mas especialmente esta parte porque às vezes sou mal interpretada :)

Indie* disse...

(Deixam-me sem palavras, meninas!)

O que foi ser Ondina? Acho que todas nós passamos e passámos por momentos bons e menos bons nas Mondeguinas... Para mim, ser ondina, foi provavelmente o ano mais "crucial" desta aventura de fazer parte das M.
Foi um ano em que cresci.
Muito.
A bem e a mal, como se costuma dizer :)
Cresci porque as Mondeguinas assim mo "exigiram". Exigiram que eu desse cada vez mais de mim, que aprendesse a conviver com outras formas de pensar e de agir, que aprendesse a "perdoar" (aos outros e a mim própria) e acima de tudo a aceitar que tudo o que acontece - até os momentos de mais parvas parvoíces - acontece por alguma razão.
Uma Ondina é "uma espécie de sereia ou tágide, um génio do amor, uma figura da imaginação poética"! Um génio de amor pela Música, pelo companheirismo, pelos momentos que só fazem sentido quando são vividos assim!
Não é mais nem menos. É. Convosco esta evolução, este crescimento, esta identificação: é. Faz sentido.
No fundo, é uma experiência de vida que nos enriquece enquanto Mulheres, enquanto Ninfas, enquanto Musas. Não se define. É.
Uma evolução constante. Que não pára ao passarmos a Mondeguinas. Que não pára ao passarmos a Sereias. Ainda hoje aprendo muito convosco. Sempre! E é bom assim! :)

E assim me despeço, sempre!, com amizade,
Indie*

Rat(inh)o disse...

Bem meninas, ler todos os vossos testemunhos deixa-me orgulhosa de muitas coisas:
primeiro de tudo, por ter conseguido criar um texto que vos desse vontade de partilhar um pouco do que foi e é para vocês esta etapa de ser Ondina! e por isso tenho de agradecer a cada uma de vocês que escrever, que leu, que sentiu...
Depois, por ver que, à sua maneira, cada uma viveu coisas diferentes, únicas e tão próprias, que fazem de cada uma de nós Mondeguina, mesmo não o sendo!
Queria ainda dizer que vou continuar a apostar neste tipo de post com as meninas RP, para que possam todas partilhar pedacinhos de história Mondeguínica! =)!

Para finalizar, tenho que agradecer à minha MÃE babada, por me proteger das pastas de dentes! não sei o que seria de mim sem ti! xD

Um grande beijinhooo!

Indie* disse...

Devia dar para pôr like's nos comentários das outras pessoas (vício do facebook, claramente!)

:)
Hasta luego*

Meugnin disse...

Oh Marta Brás, sempre tão maternal! AHAHAH :X

:PPPP

Calcutá, o nome peixONA é MT PERIGOSO!

Rato, siga manda vir mais posts!

Capa na tromba
Peixe

clara disse...

Peixinha...um beijinho para ti... e o respeito por ti é igual... ou seja IMENSO... como o mar onde navegas :)