O Encanto do Canto

Ir ao Canto da Sereia é como ir a casa depois de muito tempo em Coimbra… ou em época de exames ou em época de Queima…

As saudades de casa são muitas, há muitas novidades para contar, muitos amigos para reencontrar.

É esse o sentimento… saudade! Contudo esse regresso soube a pouco…aliás, sabe sempre a pouco porque temos sempre pouco tempo para estar com todos, para trocar “cromos”, cantar, rir, abraçar esta e aquela, mas vale sempre a pena!

E foi assim que, no passado dia 3 de Outubro, várias Sereias vindas de todos os cantos do país estiveram presentes em mais um Canto… matar saudades era a palavra de ordem. Desta vez não foram sozinhas. A família marcou presença porque o Canto da Sereia é um encontro de famílias: a família Mondeguínica, a família Sereia, a família das Tunas participantes, a família dos Padrinhos (In Vino Veritas) e dos Afilhados (TMUC) todas em volta de uma família comum: a Música.

E tão boa música que se ouviu! O júri, muito atento, lá foi contabilizando as prestações das Tunas…

As Fans, ex-companheiras na organização deste evento, abriram o festival entoando os seus temas originais, pelos quais arrebataram o prémio de Melhor Original.

A Lusitana, oriunda das margens do Tejo, mostrou que as suas Tágides, mesmo em número reduzido, são capazes de, em tom de Saudade, engrandecer o espectáculo com a sua serenata. Levaram para Lisboa o prémio de Melhor Serenata e Tuna Mais Tuna – poucas mas com muito espírito!

Entre as entradas de palco das Tunas, o grupo de Jograis da Universidade do Minho animava o público com os seus textos humorísticos e anedotas malandras. Três homens de se lhe tirar o chapéu… estar no meio de tanta mulher não é fácil!

Não eram as Sete Mulheres do Minho, mas muitas mais e provenientes da bela cidade Invicta! Assim, abrilhantaram o espectáculo a Tuna Feminina de Biomédicas e a Tuna Feminina da Universidade Católica. Se a primeira foi presenteada com os prémios Melhor Desempenho Instrumental e Melhor Passe Calles, já as meninas da Católica arrecadaram o prémio Melhor Desempenho Vocal e o Grande Prémio XVI Canto da Sereia.

Antes da atribuição dos prémios, lugar ainda para os queridos afilhados da TMUC que, mais uma vez, contribuíram para festa, cantando novos e velhos temas, levando a plateia a levantar-se e a dançar.

Que o digam os petizes, filhotes de sereias, dançando numa animada roda e prontos para invadir o palco!

Essa invasão teve que acontecer, claro! No encerramento do espectáculo, as nossas meninas Mondeguinas entoaram a Senhora do Almortão, Tinta Verde, Entrudo, Manolo Mio e Da Saudade….o que deixou as Sereias presentes com o eterno sentimento de saudade… das nossas músicas, dos nossos cantos, dos palcos e de todas as peripécias.

E por um momento conseguimos todas matar essa saudade quando em conjunto entoámos o hino das Mondeguinas. Foi a invasão de palco… Sereias e seus petizes – uns ao colo, outros ainda na barriga, outros pelo próprio pé – sobem a palco dando um colorido único a este encontro de famílias. Foi, sem dúvida, uma tarde cheia de música, cor e boa disposição!

Orgulho, é o sentimento que fica quando as cortinas se fecham. Foi mais um encanto de Canto… para o ano há mais!

Clara